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30/01/2025

Você é do tempo do trema e escrevia “lingüiça”, “tranqüilo” e “pingüim”?

O chamado Novo Acordo Ortográfico (Acordo Ortográfico de 1990), que substituiu sistemas ortográficos de 1940, é apesar de não ser mais “novo”, mantém a nomenclatura por ter sido o último realizado entre países lusófonos, que são aqueles que falam a língua portuguesa, e assinados pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Além do Brasil, integram a CPLP: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste. Posteriormente, em 2010, a Guiné-Equatorial adotou o português como língua oficial, além do espanhol e do francês. Macau, apesar de ter o português como um dos idiomas oficiais, não é signatário do acordo, pois são poucas pessoas que falam a língua.

O acordo, apesar de assinado em 1990, foi ratificado no Brasil em 2008 e implementado em 1º de janeiro de 2009, sem obrigatoriedade. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após polêmicas e críticas da sociedade, o governo adiou a entrada em vigor para 1° de janeiro de 2016. Ainda hoje há controvérsia e confusão nos Estados membros da CPLP, com a discussão sendo maior nos países africanos. Moçambique e Angola, por exemplo, não ratificaram o acordo, defendendo a necessidade de correções.

A mudança nas regras da língua portuguesa propostas pelo acordo ortográfico teve como objetivos padronizar a grafia de algumas palavras e unificar algumas regras entre os países da CPLP. Com isso, a ideia era facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sem diferenças de vocabulários entre os países.

As novas regras do acordo afetaram 0,8 % das palavras usadas pelos brasileiros, e a transição demorou sete anos, pois foi preciso aplicá-las em assuntos políticos, econômicos e burocráticos. Em Portugal foram afetadas 1,3% das palavras. A grafia correta das palavras, de acordo com as regras do acordo, podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL) e por meio de aplicativo para smartphones e tablets.

Aqui, no Portal do Rodoviário, estamos inaugurando esta série sobre o Novo Acordo Ortográfico, com matérias falando sobre as mudanças que foram implementadas. Fique ligado.

 

 

TREMA – ü

Começamos falando sobre o trema, um sinal gráfico de dois pontos então usado sobre o “u” para indicar que a letra era pronunciada nos grupos “que”, “qui”, “gue” e “gui”. O Brasil era o único país lusófono que ainda usava o trema, após Portugal ter abandonado o sinal em 1945. Com o acordo, o uso do trema foi abolido, sendo mantido apenas para nomes próprios estrangeiros e seus derivados, como: Hübner, Müller, Bündchen.

A justificativa para eliminar o uso do trema, é a constataçã de que há ditongos na língua que não precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser pronunciado e no segundo não.

Alguns exemplos de palavras que antes eram escritas com trema: aguentar, arguir, arguição, averiguemos, apaziguemos, bilíngue, cinquenta, consequência, consequente, delinquência, delinquente, deságue, enxágue, frequência, frequente, linguiça, pinguim, quinquagésimo, quinquênio, quinquenal, sagui, sequência, sequestro, tranquilo.

 

Uma resposta para “Você é do tempo do trema e escrevia “lingüiça”, “tranqüilo” e “pingüim”?”

  1. Thalarctos disse:

    Na minha visão, eu nunca concordei com a finalização do trema, e do jeito que segue o aprendizado da nossa língua pátria, acredito que muitas crianças e jovens confundem a verbalização da palavra.
    Outra grande confusão é a palavra porque, poucos conhecem as regras da e não as usam como deviam.

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