Conheça os enredos das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro

Os enredos das 12 escolas que fazem parte do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro abordam desde mitos e assombrações até uma homenagem a Milton Nascimento. A maioria das agremiações optou por temas ligados à negritude e às religiões de matrizes africanas. Vamos conhecer os enredos de cada uma das escolas?

Unidos de Padre Miguel

De volta ao Grupo Especial, a Unidos de Padre Miguel apresentará o enredo “Egbé Iyá Nassô”, sobre Iyá Nassô e o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. O desfile de 2025 será assinado por Lucas Milato e Alexandre Louzada, recém-chegado à escola.

Imperatriz Leopoldinense

Vice-campeã do último ano, a Imperatriz Leopoldinense levará à avenida o enredo “ÓMI TÚTU AO OLÚFON – Água fresca para o senhor de Ifón”. Após quase 50 anos, a Rainha de Ramos retoma a temática afro-religiosa, narrando a visita de Oxalá ao reino de Oyó para encontrar Xangô. O desfile, que busca o 10º título da escola, será assinado por Leandro Vieira.

Unidos do Viradouro

A Unidos do Viradouro buscará seu quarto título com o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que retrata a entidade afro-indígena em suas manifestações como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro. Sob a assinatura de Tarcísio Zanon, o desfile retorna ao século XIX, em Pernambuco, para narrar a resistência do quilombo do Catucá e a luta de seu último líder, João Batista, o Malunguinho.

Estação Primeira de Mangueira

A Mangueira apresentará o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” na Marquês de Sapucaí, com desenvolvimento do carnavalesco Sidnei França. A escola promete explorar a presença negra no centro do Rio de Janeiro, desde a influência bantu até os desafios enfrentados atualmente, destacando a luta contra o apagamento histórico e social dessa população. 

Unidos da Tijuca

A tetracampeã do Carnaval levará à Sapucaí o enredo “Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita”, celebrando o orixá filho de Oxum e Oxóssi, representado pelas cores amarelo e azul, as mesmas da escola. O desfile contará a história de amor entre os dois orixás e destacará a importância de Logun-Edé, jovem guerreiro respeitado pelos mais velhos, promovendo conhecimento sobre a cultura e a diáspora africana.

Beija-Flor de Nilópolis

A Beija-Flor prestará homenagem a Laíla, um de seus grandes baluartes, com o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”. Assinado por João Vitor Araújo, o desfile explorará a religiosidade e a fé em Xangô, sua trajetória no Carnaval, dentro e fora da escola, e culminará em um reencontro espiritual com Joãosinho Trinta. Laíla e o icônico carnavalesco trabalharam juntos por anos na Beija-Flor e no Salgueiro.

Salgueiro

O Salgueiro buscará seu 10º título no Carnaval carioca com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”. Desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira e pelo enredista Igor Ricardo, o desfile abordará a relação humana com a proteção espiritual.

Unidos de Vila Isabel

A Unidos de Vila Isabel levará para a Sapucaí no Carnaval de 2025 o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. A escola explorará as assombrações que fazem parte do imaginário popular, desde a infância até a vida adulta, abordando o medo do desconhecido e o mistério das histórias assombradas.

Mocidade Independente de Padre Miguel

A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentará no Carnaval de 2025 o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”. A escola fará uma viagem intergaláctica, buscando se reconectar com seu brilho de estrela jovem, enquanto propõe uma reflexão sobre os próximos passos para o futuro da humanidade.

Paraíso do Tuiuti

O Paraíso do Tuiuti levará para o Carnaval de 2025 o enredo sobre Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil. Nascida no Congo e trazida para Salvador no século 16 como escravizada, Xica se recusava a seguir os padrões de vestimenta masculinos da época. Documentada como homem homossexual, sua história foi reinterpretada pela ativista negra Marjorie Marchi, que a classificou como travesti. Desde então, Xica se tornou um símbolo de resistência para a comunidade de travestis e transexuais.

Acadêmicos do Grande Rio

A Grande Rio apresentará no Carnaval de 2025 o enredo “Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, assinado por Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Inspirado na música “Quatro Contas”, de Dona Onete, o desfile abordará as entidades encantadas que habitam as pororocas, no encontro das águas do rio com o mar. A escola explorará o universo do Carimbó e contará as histórias de Mariana, Jarina e Herondina, as Belas Turcas, além da Cabocla Jurema, que representa a própria floresta.

Portela

A Portela prestará uma homenagem a Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, assinado por André Rodrigues e Antônio Gonzaga. Será a primeira vez que a escola homenageia um ícone vivo da história brasileira. A agremiação promete levar sua procissão de Madureira, traçando o caminho para a realização de um sonho.