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Jacqueline começou a trabalhar na adolescência, com 18 anos, como auxiliar de escritório e depois como cuidadora de idosos. Em 2006, aos 29 anos, ingressou na Rio Ita, onde logo vislumbrou a oportunidade de crescer profissionalmente e se tornar motorista. “Fiquei quatro anos como cobradora, mas nesse período tirei minha carteira D e depois tive que esperar um ano (período de habilitação exigido por algumas empresas) para me candidatar a motorista. Fiquei um tempo na manobra, depois como motorista júnior, por nove meses, para só então chegar a profissional. Tive o privilégio de começar na profissão em um tempo bom, de muito treinamento. Mas, consegui e hoje estou aqui”, conta.
Casada com uma ex-colega de empresa, Jacqueline explica que sua rotina de trabalho varia de acordo com a escala, mas sempre trabalhou na parte da tarde. Começa sua jornada pegando o ônibus no ponto, em Niterói, por volta das 11h20. Faz a linha 516 (Niterói x Matuapira, em São Gonçalo). “Às vezes acontece de trabalhar em outras linhas, mas a minha, na verdade, esse tempo todo, é o Mutuapira, onde conheço a maioria dos clientes. Teve uma menina que vi pequenininha, com 9 anos, quando eu era cobradora, que apareceu esses dias, com 28 anos, e me reconheceu. Conheço muita gente mesmo e tenho muitas amizades, a maioria com pessoas idosas. Como dizem, sou cria da casa”.
Segundo Jacqueline, no tempo em que começou na profissão o preconceito com mulheres motoristas de ônibus era muito maior do que hoje em dia. “Era mais complicado ser motorista de ônibus para nós mulheres. Tinha passageiro, inclusive mulher, que não embarcava quando via que era mulher dirigindo. Escutei muita coisa… as pessoas julgam sem conhecer o nosso trabalho”.
Sobre as dificuldades existentes atualmente, Jacqueline é direta: receber o pagamento das passagens e ter que manipular dinheiro. Por isso, defende o fim do pagamento da tarifa em dinheiro, como já acontece em algumas cidades do Brasil. “Esse é o único estresse do nosso trabalho – ter que dar troco, ter passagem quebrada… Fora isso, nossa, eu gosto muito do que eu faço. Ela aconselha as novas candidatas a motorista de ônibus: “não adianta fazer só pelo dinheiro; tem que gostar, tem que ter paciência e transportar as pessoas como se estivesse levando um parente, como se fosse sua mãe, seu pai. Tem que ter muito zelo pelas pessoas que você está transportando”.
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