Para participar das promoções, concursos e receber as nossas news
Cadastre-se15/07/2022
Esta frase era frequentemente repetida pelo jornalista Raul Azêdo, nas redações de jornais do Rio de Janeiro onde foi chefe, sempre com a preocupação de fazer os repórteres e redatores escreverem corretamente. É que muitas pessoas sentem dificuldade em lidar com a crase, este acento ao contrário, posicionado sobre a letra “a”, que mexe com nossas cabeças. Quando usá-la, e quando não usá-la?
Uma forma engraçada de explicar a Crase: Se você vai “a” e volta “da”, é preciso crasear; se você vai “a” e volta “de”, crasear para quê? Isto ajuda quando se trata de lugar.
São Paulo: você vai “a” São Paulo, e volta “de” São Paulo – não deve usar crase. Assim: Vou a São Paulo. Mas, se disser “a cidade de São Paulo”, aí você vai voltar “da” cidade, então é preciso crasear: “Vou à cidade de São Paulo”. O mesmo se dá com Florianópolis (vou a Florianópolis), ou com João Pessoa, Caracas, Buenos Aires, Cuba: não tem crase, porque você vai “a” e volta “de”.
Já, se você vai à Grécia, à Espanha, ou à Rússia, você vai “à” e volta “da”, então tem de colocar a crase sobre o “a”.
É preferível não usar estas mágicas. E você consegue isso se souber direitinho o que é a crase.
A crase sobre o “a” quer dizer simplesmente que este “a”, na verdade, são dois: um “a” preposição, que significa “para; até”, e um “a” artigo definido, que quer dizer “a” mesmo. Então, “à”, craseado, quer dizer “a + a”, ou seja, é a contração da preposição “a” com o artigo definido “a”.
“Fiz elogios à inteligência do rapaz” quer dizer “fiz elogios para a inteligência do rapaz”, existindo aí dois “as” (“aa”); portanto, tem de ter crase. Contudo, se você disser “fiz elogios a sua inteligência”, o pronome “sua” está no lugar do artigo “a”, não existem aí dois “aa”, mas apenas um, a preposição. Neste caso, não se deve crasear.
“Viaja à velocidade da luz” tem crase; “viaja a toda velocidade” não tem, porque o pronome “toda” está no lugar do artigo “a”, e só a preposição existe aí.
Antes de palavra no masculino (tanto no singular quanto no plural) é errado crasear; porque, no masculino, o artigo é “o”; e quando há plural, o artigo é “os”.
“Self-service a quilo”; “entrega em domicílio”; “visita ao zoo”; “vou ao Rio de Janeiro”; e “passeio aos jardins” não têm crase.
“Molho à Bolonhesa” tem crase (substitui “à moda Bolonhesa”); “passeio à Ilha Grande” tem crase, pois substitui “passeio a a Ilha Grande”, ou “até a Ilha Grande”, onde temos um “a” preposição e outro “a” artigo, contraídos numa letrinha só.
Respostas: Zezinho foi a Nilópolis; Zezão viajou à Costa do Marfim; Maria foi à casa da Ritinha; Serginho foi ao cinema; O motorista dirigiu-se à Diretoria; Gosto de bife a cavalo; Adoro bife à
parmegiana.
Deixe um comentário